domingo, 10 de junho de 2012

Medição da altura da onda!


Como é medida a altura de uma onda?

Parede líquida em movimento – esta certamente poderia ser uma definição para o que denominamos de onda do mar.

Surfistas ou não surfistas questionam todo tempo, o tempo todo, qual o tamanho daquela onda! Somos obrigados a ouvir estas discussões por todos, inclusive não surfistas, diante destas questões fui busca por informações para tentar elucidar tais questionamentos. Busquei em várias fontes para chegar próximo ao consenso de todos, dentre as fontes pesquisadas a mais comum e também a mais polêmica, que é a do próprio surfista, fui também à grande rede além do resultado dos quatro anos sentados nos bancos do curso de Geografia na Universidade de Rio Grande (FURG), além das fontes citadas abaixo.
Creio que os dados alcançados servirão e irão contribuir para aumentar mais ainda as discussões acaloradas dos surfistas, portanto, esta iniciativa tem o objetivo de tentar desvendar este enigma ou causar mais dúvida, em todos que lerem este artigo,

Podemos dizer que existem quatro métodos para medir o tamanho da onda:
  1. O primeiro deles é a visão daquele que está na onda, isto é, do surfista. Este método não é nada confiável, pois, ele é na maioria das vezes mentiroso. O surfista, por viver dentro do mar, tem a fantasia do pescador – creio que não precisa dizer mais nada.

  1. O segundo método – Surfistas mais experientes conseguem estimar o tamanho das ondas só de olhar para a arrebentação. Nos campeonatos de ondas gigantes (tow-in), a coisa é um pouco menos chutada: os organizadores medem o tamanho da onda por foto, comparando a altura da parede líquida em movimento com o tamanho do surfista. Primeiro, eles identificam a base da onda – à parte onde começa a haver alguma elevação vertical na água – com a ajuda de uma régua, são medidos quantos surfistas caberiam na onda, lembrando que existe uma compensação com a altura do surfista, pois o mesmo fica ligeiramente agachado e também o ângulo da foto, estas variáveis possibilitam o tamanho estimado, mais significativo.

  1. O terceiro e o quarto métodos são científicos – mas, não sei se os surfistas gostariam de saber essas medidas. Mesmo sabendo que são métodos mais precisos, contudo os cientistas não pegam onda e, portanto, não sentem o que é surfar uma onda, pode ser uma merreca, que para o surfista, foi a melhor onda da sua vida, até ele “pegar a próxima, a melhor e a maior onda da sua vida”.

Mesmo assim, vamos respaldar o que diz a ciência: Para medir as ondulações que se aproximam das praias e as que circulam pelo alto-mar, os cientistas usam um aparelho chamado de ONDÓGRAFO.

“Vejamos o que é esse tal de ondógrafo: O equipamento consiste numa bóia com cerca de 90 centímetros de diâmetro, dotada de sensores capazes de medir, com grande precisão, as acelerações sofridas pela bóia em função do movimento das ondas do mar. As informações de aceleração são, através de processos matemáticos, transformadas em deslocamentos em cada um dos três eixos cartesianos (x, y, z). Os dados brutos, em formato digital, são enviados a um computador, que são convertidos, através de um programa computacional em informações úteis para o usuário, tais como, altura, período e direção das diversas ondas medidas”.
Atualmente o Brasil possui dois ondógrafos um gerenciado pela Marinha (localizado na região de Cabo Frio – RJ) e o outro pela Universidade federal de Santa Catarina (instalado a 35 quilômetros da Praia da Armação, na costa leste de Florianópolis – SC).


Tipos de ondógrafos: o de pressão e o direcional.
O de pressão é instalado no fundo do mar em regiões já próximas do continente. Ele calcula o tamanho de uma onda a partir da pressão da coluna de água que passa sobre ele, ou seja: marca a diferença entre o “peso” do mar sem onda e com onda, envia esses dados via rádio para uma central de informações, que enfim, transformam os valores obtidos em metros, centímetros, pés ou polegadas.
O ondógrafo direcional é instalado em alto-mar, dentro de uma bóia, que sobe e desce conforme o movimento da água. Ele não mede apenas o tamanho, mas também a direção das ondulações e o tempo entre uma onda e a seguinte (chamada de “vaga” – uma vaga tem um tempo de duração em torno de 2 a 5 segundos).
Os navios mercantes e os pescadores sempre estão arrebentando com o cabo que prende a bóia, e o equipamento é colocado à “deriva”, aparecendo em alguma praia distante, após o resgate é devolvido à Marinha Brasileira.

“Exemplo de como a Marinha brasileira indica a perda do nosso ondógrafo:
Encontra-se desaparecida da posição lat 23 01.8 s long 42 00 w, desde 11 horas do dia 07/01 a bóia de pesquisa ondógrafo do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. qualquer informação sobre o paradeiro desse equipamento por favor contactar o ieapm pelos telefones (22) 2622-9056 / (22) 2622-9058/ (22) 2622-9021, ou pelo e-mail: 21@ieapm.mar.mil.br”.

Espero que com este artigo tenha contribuído para melhorar as discussões de como medir o tamanho de uma onda, se pela frente, por trás, se tem mais volume, se é mais cavada, se é tubular e etc... Mas, o que importa mesmo, é que, surfar é preciso.

Fontes:
-          Instituto de Estudos do mar Almirante. Paulo Moreira (Marinha Brasileira);
-          Laboratório de Hidráulica Marítima da Universidade Federal de Santa Catarina (PIC/LaHiMar/UFSC).


Bira Medeiros - geógrafo, militar, longboarder.

Vinicius_Salvador - BA, minha homenagem ao amigo, em vida claro.

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